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quinta-feira, 25 de abril de 2013

Graham Bell "fala" ao fim de 128 anos

Não fazíamos ideia como teria soado a voz presente na primeira chamada telefónica, mas um grupo de investigadores conseguiu recuperar discos que o próprio Bell gravou, há 128 anos atrás


Embora seja conhecido por ter inventado o telefone e feito a primeira chamada, actualmente poucas pessoas sabiam como era a voz de Alexander Graham Bell. Nascido na Escócia em 1847, viveu em Inglaterra, Canadá e, mais tarde, Costa Leste dos Estados Unidos. Um dos seus locais favoritos fica situado na Nova Escócia, onde, na altura, 85% falava gaélico. Como seria o seu sotaque? E o timbre de voz?

Um grupo de investigadores conseguiu, aplicando tecnologia digital, recuperar o som de gravações mantidas pela instituição. Bell doou, até à sua morte em 1922, mais de 400 discos e cilindros que utilizou nas suas experiências de gravação de som.

Estas experiências foram feitas entre 1880 e 1886 em Washington, com a colaboração do seu primo Chichester Bell e o técnico Charles Sumner Tainter. No laboratório podia-se encontrar uma panóplia de materiais com que testaram as capacidades de gravação e reprodução de som: cera, metal, papel, vidro, gesso ou cartão. Os discos, que mediam de quatro a 14 polegadas, foram posteriormente arquivados, já que não existia uma forma de os reproduzir.

A curadora do Museu Nacional de História Americana, Carlene Stephens, soube das experiências do físico Carl Haber no laboratório Lawrence Berkeley, na Califórnia, em que este conseguir extrair sons gravados em 1860 através de scans ópticos de alta resolução, convertidos em ficheiros de áudio por computador.

No início de 2011, depois de contactado por Stephens, Haber e a sua equipa começaram a analisar os discos do Volta Lab - dando voz a gravações com mais de um século. As vozes, embora abafadas, eram audíveis, e recitavam desde Hamlet a sequências de números, ou mesmo trauteavam a "Maria Tinha um Cordeirinho".

Muitos dos discos, que no Outono desse ano foram agrupados num inventário por Patrick Feaster, historiador do som da Universidade de Indiana, foram tornados ilegíveis pelo passar dos anos. No entanto, Feaster fez uma descoberta que o deixou boquiaberto: os documentos indicavam que um dos discos, em cartão e cera, datado de 15 de Abril de 1885, continha a voz de Graham Bell.

Com o método utilizado por Haber, o disco foi então descodificado e a voz fez-se ouvir: "Aqui testemunhada, oiçam a minha voz. Alexander Graham Bell".