Site Meter

quarta-feira, 10 de abril de 2013

30 dias até Marte pode deixar de ser ficção

Motor de fusão pode reduzir o tempo de viagem até Marte para apenas um mês e transformar por completo a viagem espacial

Esta paisagem, captada pela Curiosity, pode vir a ter pegadas humanas mais cedo do que se julga
Uma equipa da Universidade de Washington está a desenvolver um novo motor que possibilita viagens tripuladas a Marte em apenas 30 dias. Se o projecto se revelar seguro e avançar, pode tornar todas as formas de viagem espacial obsoletas, já que os foguetões actuais apenas permitem ir um pouco além da Terra - a distância máxima que um humano já percorreu foi até à Lua e, à data, levou um pouco mais de três dias.

O Fusion Driven Rocket (FDR) utiliza magnetismo para comprimir faixas de lítio ou alumínio metálicos contra partículas de deutério-trítio e, assim, iniciar um processo de fusão. A reacção cria, em microssegundos, uma massa de propulsão que é expelida a 30 quilómetros por segundo. Para não causar lesões aos ocupantes da nave, devido ao aumento de força g, esta reacção pode ser feita em pulsos, de minuto em minuto, por exemplo. Uma partícula de deutério-trítio do tamanho de um grão de areia equivale, em força de propulsão, a cerca de quatro litros de combustível convencional.

No entanto, para criar um campo magnético, é necessária electricidade. Anthony Pancokti, engenheiro na equipa que está a desenvolver o FDR, explicou ao The Register que esta poderá ser produzida através de painéis solares. "Podemos colocar o motor desenhado com 200KW obtidos com painéis solares, o mesmo que os painéis da Estação Espacial Internacional geram", refere Pancokti.

Protótipo do motor de fusão desenvolvido na Universidade de Washington
Através deste sistema de fusão, o tempo de vôo até Marte levaria entre 30 a 90 dias, o que é muito pouco em comparação com os oito meses que a sonda Curiosity levou até chegar ao planeta vermelho. Uma viagem de um mês obriga a que sejam necessários três dias para que o foguetão ganhe velocidade e outros três para abrandar o suficiente para permitir que entre em órbita marciana.

Outra das grandes vantagens seria o baixo custo: um motor de fusão seria consideravelmente mais barato que um sistema químico de propulsão, já que este precisa de muito menos combustível para conseguir libertar-se da força gravítica terrestre. Além disso, a nave, que terá cerca de 150 toneladas, um terço utilizável para carga e/ou tripulação, ao permitir uma viagem mais curta, reduz a exposição dos astronautas aos efeitos da radiação solar.