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quinta-feira, 4 de abril de 2013

Agressão contra "metaleiros" passa a ser crime de ódio no Reino Unido

Decisão chega no seguimento do homicídio de Sophie Lancaster, em 2007, e eleva a lista de alvos de crimes de ódio para seis


Sophie Lancaster tinha apenas 20 anos quando foi brutalmente espancada até à morte por um grupo de delinquentes num parque de Lancashire, em Agosto de 2007. Tanto Sophie como o seu namorado, Robert Maltby, igualmente agredido mas que acabaria por sobreviver, seguiam um visual e estilo de vida gótico, o que foi apontado como a causa do ataque.

Hoje, a polícia de Manchester declarou que iria começar a registar os ataques a membros de várias subculturas - entre elas os góticos, emos e punks - como crimes de ódio, tornando-se a primeira força policial a tratar desta forma episódios semelhantes ao que vitimou Sophie. Antes, só eram considerados crimes de ódio as ofensas contra raça, religião, indivíduos portadores de deficiência, orientação sexual ou identidade de género.

Segundo a BBC, Sophie e Robert passeavam num parque em Bacup, Lancashire, quando foram atacados e humilhados pela forma como se vestiam. Testemunhas afirmaram aos media, na altura, que os agressores se gabaram de ter deixado "dois 'moshers' quase mortos no parque de Bacup" e que consideravam ter feito "o que estava certo". Enquanto Roberto recuperaria parcialmente dos ferimentos, Sophie acabaria por entrar em coma e falecer pouco depois.

Após a sua morte, os amigos e família de Sophie criaram a Fundação Sophie Lancaster, para divulgar campanhas e tentar mudar a atitude da sociedade em relação aos estilos de vida e aparência alternativos. A fundação tem trabalhado com a polícia de Manchester, o que segundo a mãe de Sophie "fará uma vasta diferença". No entanto, as forças de segurança referem que, sem uma mudança na lei, pouco mais podem fazer que registar o "ódio contra uma subcultura" como elemento de crime.

Dois dos agressores foram condenados, em Abril de 2008, a prisão perpétua, enquanto outros três foram condenados a penas que foram dos cinco anos e dez meses a quatro anos e quatro meses. Três dos agressores foram postos em liberdade sob fiança.