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quarta-feira, 27 de março de 2013

Maior ciberataque global de sempre abranda a internet

Guerra entre Spamhaus e Cyberbunker torna-se no maior ataque cibernético da História e corta a velocidade da internet a nível global, avança a BBC

 
O maior ciberataque na História da internet começou quando uma guerra entre uma organização não-governamental de combate ao spam, a Spamhaus, e uma companhia de hosting, o Cyberbunker,  conhecida por alojar tudo excepto pornografia infantil ou material relacionado com terrorismo, levou a uma retaliação que afectou a velocidade da internet a nível global. A Spamhaus conta com mais de 80 servidores por todo o mundo, uma das maiores redes de DNS do planeta.

A notícia, avançada hoje pela BBC, dá conta de um impacto em serviços como o Netflix, mas os especialistas temem que possa ser nocivo para sistemas informáticos bancários, como os Multibancos e os pagamentos automáticos. Há já cinco autoridades de policiamento cibernético a estudar o caso.

Como é que isto pode afectar a velocidade de internet noutros países? Alan Woodward, um especialista em segurança cibernética da Universidade de Surrey, explicou ao meio de comunicação britânico: "imagine uma autoestrada. Os ataques tentam colocar mais tráfego e criar um engarrafamento que afecta as entradas e saídas" da autoestrada. "Com este ataque, há tanto tráfego que é a própria autoestrada que está entupida". Com isso, poderá ocorrer danos colaterais dependendo do tipo de infraestruturas atingidas.

A Spamhaus, sediada em Londres e Genebra, tem uma lista de servidores conhecidos por serem utilizados com fins maliciosos e, recentemente, bloqueou servidores detidos pela holandesa Cyberbunker. Um suposto porta-voz da companhia de alojamento afirmou, em comunicado, que a Spamhaus abusou da sua posição e que não lhe é permitido decidir "o que anda e não anda pela internet". Já a Spamhaus acusa a Cyberbunker, juntamente com "gangues da Europa de Leste e da Rússia", de estar por trás dos ataques, que duram há já uma semana a uma escala sem precedentes.

Steve Linford, CEO da Spamhaus, disse à BBC que os seus servidores continuam funcionais, mas que "este tipo de ataque poderá deitar abaixo todo o resto". Os hackers responsáveis por esta guerra informática estão a usar ataques DDoS (negação distribuída de serviço), inundando o servidor alvo com tráfego até que este deixe de responder. Neste caso, o alvo foram os servidores DNS da Spamhaus, mas Linford tem a certeza que o ataque pode ser suficientemente forte para deitar abaixo servidores governamentais. "Estes ataques têm um pico de 300Gb por segundo", refere, acrescentando que "normalmente quando há ataques contra grandes entidades bancárias, falamos de 50 Gb/s".

A Arbor Networks, uma companhia que se especializa na protecção contra ataques deste género, também sublinha que este está a ser o maior ataque que já presenciaram. "O maior ataque DDoS que vimos antes deste foi em 2010 e era de 100 Gb/s. O salto de 1000 para 300Gb por segundo é bastante massivo", diz Dan Holden director da Arbor Networks. Várias empresas, como a Google, já ofereceram os seus recursos para "absorver todo este tráfego", diz Linford.