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quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Morreu Nelson Mandela

O primeiro presidente negro da África do Sul foi líder na luta contra o Apartheid e chegou a receber o Prémio Nobel da Paz em 1993. Morreu hoje, aos 95 anos, na sua casa em Joanesburgo


A notícia foi avançada pelo presidente sul-africano Jacob Zuma: "A nossa nação perdeu o seu maior filho", afirmou. Mandela não foi somente líder da África do Sul, mas também o primeiro presidente negro desse país, figura maior da luta contra o apartheid e Nobel da Paz em 1993. Mas o símbolo era maior que o homem.

Nasceu a 18 de Julho de 1918 no seio de uma família nobre, numa pequena povoação do interior onde viria a ser o conselheiro do rei, cargo ocupado pelo seu pai. No entanto, aos 23 anos seguiu para Joanesburgo, onde estudou advocacia e deu asas à rebeldia juvenil ao liderar a resistência não violenta da juventude em luta contra o segregacionismo legal - o apartheid.

Anos mais tarde, acabaria por ser julgado por traição e receber a pena de prisão perpétua a 11 de Junho de 1964. Tornou-se assim o prisioneiro mais famoso de todos, ocupando na ilha de Robben a cela que se tornaria tristemente célebre, com o número 466/64.
Em isolamento do exterior, já que eram proibidos jornais, Mandela transformou-se. O bispo Desmond Tutu, em entrevista ao Público em 2012, diz que Mandela, “quando vai para a prisão, é uma pessoa zangada, revoltada, que acredita na violência como meio de conquistar a liberdade. E quando sai, emerge como uma pessoa extraordinariamente magnânima". O tempo de reclusão levou-o a repensar e a "suavizar a sua posição", explica Tutu. 
Mas os 27 anos que durou o cativeiro acabariam por lhe deixar sequelas físicas. Fragilizado pela tuberculose que o atacou em 1988, quase dois anos antes de ser finalmente libertado após longas negociações, nunca recuperou totalmente. Saiu da prisão aos 72 anos e, quatro anos depois, em 1994, foi eleito o primeiro presidente negro da África do Sul.
A 8 de Junho deste ano, foi internado com problemas respiratórios. Acabaria por não resistir a uma saúde fragilizada ao final do dia de hoje.