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sábado, 28 de julho de 2012

Facebook. Prejuízos, derrapagens e telemóveis


O primeiro trimestre do Facebook como empresa cotada é uma profecia autorrealizada: tudo o que podia correr mal, correu. A rede social apresentou, quinta-feira à noite, os primeiros resultados após a entrada na Bolsa e gerou o pânico entre os investidores. Na sessão de ontem, as ações estiveram a cair quase 15% e atingiram um novo mínimo de 22,28 dólares. A cotação iniciou-se, em maio, em 38 dólares.


Os resultados até ficaram em linha com as expectativas dos analistas - o volume de negócios cresceu 32%, somando 966 milhões de euros; os utilizadores mensais subiram 29%, atingindo 955 milhões e os diários 32%, para 552 milhões. O problema é que isto significa um abrandamento do ritmo de crescimento, em especial nos EUA e na Europa (os mercados mais maduros). Além disso, os custos do Facebook com compensações relacionadas com a entrada na Bolsa levaram a que os resultados fossem negativos - prejuízo de 128 milhões.

Mas o que deixou mesmo os investidores nervosos foi a ausência de previsões anuais. Mark Zuckerberg, que apareceu na conferência de apresentação de resultados, falou do futuro noutro contexto. Referiu que tem uma visão mais alargada da "plataforma" da rede (um exemplo é a sua integração nos carros) e negou pela enésima vez que o Facebook esteja a trabalhar num telemóvel. "Não faria muito sentido para nós", esclareceu.

A questão é mais do que pertinente. O grande problema do Facebook é que está a crescer exponencialmente na área onde não lucra, os acessos via smartphone e tablet. De acordo com Zuckerberg, o número de pessoas que acedem mensalmente ao seu perfil via aparelhos móveis disparou 67% no trimestre, atingindo 543 milhões. É mais do dobro do crescimento no desktop.

"Não vemos estes resultados como dramaticamente bons ou maus", escreveu numa nota o analista Mark Mahaney, do Citigroup. "A questão essencial mantém-se: o futuro da monetização do Facebook no móvel e o futuro do envolvimento dos utilizadores." Mark Zuckerberg garante que o móvel é a prioridade do Facebook. "Desenhar serviços fantásticos para estes aparelhos é essencial", afirmou. "Queremos oferecer as melhores aplicações."

Uma coisa é certa: Zuckerberg não está muito preocupado. E, com tudo o que já correu mal, muitos investidores esperam que a turbulência tenha finalmente terminado.