Director da "Playboy" diz que proibir Bruna de dar aulas devido às fotos é uma "atitude de censura"
O caso agitou o fim-de-semana: Bruna Real, professora do ensino básico no concelho de Mirandela, foi afastada das suas funções pela autarquia depois de ter posado nua para a revista "Playboy". Ao i, o director da revista, João Araújo, diz que não lhe compete julgar as decisões da câmara, mas se a decisão teve por base apenas a sessão fotográfica, então estamos perante um caso de "censura".
"Não é à "Playboy" que compete julgar as decisões da Câmara de Mirandela, mas sim aos munícipes", considera João Araújo, acrescentando: "Se a decisão for baseada única e exclusivamente no facto de a Bruna ter posado para a "Playboy", parece-nos não só uma decisão injusta, mas também uma atitude de censura."
Bruna Real, de 27 anos, responsável pelas actividades extracurriculares na escola básica de Torre Dona Chama, foi afastada de funções lectivas depois de as oito páginas em que aparece na edição da Maio da "Playboy" terem começado a circular entre alunos e populares, tendo mesmo esgotado em alguns pontos de venda. A Câmara Municipal de Mirandela não gostou e já anunciou que o contrato de Bruna não será renovado no próximo ano.
A decisão provocou fortes reacções (o grupo de apoio à professora Bruna Real no Facebook já tem mais de 12 400 membros) e levantou a questão: deve a vida privada ter impacto na vida profissional? João Araújo não tem dúvidas: "As pessoas devem ser julgadas pelo resultado do trabalho que efectuam e não pelas suas actividades de índole pessoal."
Opinião diferente tem Paulo Veiga e Moura, advogado especialista em direito administrativo. "Quem trabalha para o Estado tem deveres acrescidos e o que faz na vida privada pode afectar a vida pública", explica. "Ela pode ser a melhor professora do mundo, mas parece-me óbvio neste caso que ficou comprometida a dignidade da profissão, o prestígio e a imagem da instituição. As crianças não podem estar a comentar as partes íntimas da docente".
Contactada pelo i, Bruna recusou-se a fazer mais comentários além dos que já tinha feito durante o fim-de-semana. "O que fiz foi apenas tirar umas fotos e não vejo por que razão não posso voltar a dar aulas. Não fiz mal a ninguém", afirmou ao "Correio da Manhã", que avança que Bruna recebeu 700 euros, perto do seu salário mensal como professora.
Apesar de Bruna Real já ter participado no reality show "Pedro o Milionário", era, até agora, uma desconhecida. A "Playboy" escolheu-a depois de Bruna ter enviado o portefólio, passando depois por um processo de recrutamento. Além de receber portefólios e currículos, a "Playboy" tem profissionais responsáveis por fazerem observações ao vivo de modelos que poderão encarnar o espírito da revista. "É um espírito que perdura ainda hoje, muitas vezes citado pelo próprio Hugh Hefner - a 'girl next door'. Ou seja, a vizinha do lado pode ser a mulher mais sexy do mundo", explica o director da revista.
A "Playboy" não fecha também a porta a uma nova colaboração com Bruna. Embora deva ter de aumentar o cachê. "A Bruna Real deixou de ser uma modelo desconhecida", afirma João Araújo. "É natural que, com uma maior exposição, as solicitações que possam ser feitas sejam de outra natureza e/ou financeiramente mais atractivas. Parece-me evidente que a modelo sai valorizada."
Fonte: ionline
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