Organização criada em 2003 por Salvador Mendes de Almeida premeia tecnologia made in Portugal para melhorar as condições de vida dos deficientes motores.
A «Walk HD» pode crescer até 12 centímetros
Talvez nunca tenha pensado nisto, mas uma criança a quem tenha sido amputada uma perna terá de trocar a prótese diversas vezes durante o seu crescimento. Para além de ser caro, a adaptação é quase sempre um processo penoso.
Sensibilizados com o problema, dois jovens estudantes de mestrado do Instituto Politécnico de Leiria, João Leite e João Ferreira, conceberam uma prótese que visa acompanhar o crescimento de crianças amputadas. Um projeto agora distinguido com o prémio "Ser Capaz - Inovação e Tecnologia", uma iniciativa da Associação Salvador.
A organização fundada em 2003 por Salvador Mendes de Almeida, tetraplégico aos 16 anos em consequência de um acidente de viação, pretende desta forma estimular a investigação na área da reabilitação psicomotora.
Nesta primeira edição do prémio, o júri composto por António Câmara (YDreams), Fernando Lobo (Universidade do Algarve) e Salvador Mendes de Almeida, distinguiu ainda mais dois projetos: um dispositivo que permite alcançar pequenos objetos, como por exemplo um molho de chaves de Luís Alexandre e Diogo Correia (Universidade da Beira Interior), e um sistema que acende a luz de um quarto assim que a pessoa entra e apagá-la, quando sai. Um trabalho de Flávio Rosa Soares, aluno do Instituto Politécnico de Leiria.
O prémio "Ser Capaz - Inovação e Tecnologia" contou com o patrocínio dos mecenas da Associação Salvador, Banco Espírito Santo e Semapa. As candidaturas para a segunda edição serão abertas em meados de Abril.
1.º PRÉMIO €7.000: WALK HD (WALK HELP DEVICE)
Cody McCasland, criança norte-americana que nasceu sem pernas é a principal fonte de inspiração deste projeto. Aos 7 anos já tinha usado nove próteses diferentes. Segundo os autores, a Walk HD poderia ser produzida em série devendo custar entre €3.500 e €8.500. As atuais custam entre seis e 12 mil euros. A Walk HD é feita em alumínio, fibra de carbono e borracha natural.
Autores: João Leite e João Ferreira (ambos de 22 anos), alunos do mestrado em Engenharia da Conceção e Desenvolvimento do Produto do Instituto Politécnico de Leiria.
Desenvolvimento: 6 meses
Próximo passo: Construir um protótipo já que todos os testes foram realizados em computador
MENÇÃO HONROSA €1.500: AUXILIAR PARA ALCANÇAR OBJETOS
MENÇÃO HONROSA €1.500: AUXILIAR PARA ALCANÇAR OBJETOS
Este dispositivo tem como objetivo facilitar a vida de pessoas com mobilidade limitada, permitindo apanhar objetos até cerca de 0,5 Kg que estejam no chão ou em cima de uma mesa.
Autores: Luís Alexandre (39 anos) e Diogo Correia (23), professor de informática e ex-aluno da Universidade da Beira Interior, respetivamente.
Desenvolvimento: 2 meses
Custo do protótipo: €300
Próximo passo: Concluir o protótipo (ainda falta a componente eletrónica) e procurar um comprador. Talvez formar uma empresa.
MENÇÃO HONROSA €1.500: SIMON PROJECT
MENÇÃO HONROSA €1.500: SIMON PROJECT
O objetivo era aumentar a autonomia do Simão, um rapaz de 9 anos que sofre de Distrofia Muscular de Duchenne. Este sistema é ativado através de duas barras refletoras instaladas na cadeira de rodas e poderá funcionar para qualquer dispositivo elétrico. Segundo o autor, deverá custar cerca de €23 por divisão.
Autor: Flávio Rosa Soares (18 anos), aluno da licenciatura em Engenharia Eletrotécnica do Instituto Politécnico de Leiria
Custo do protótipo: €100
Próximo passo: Evitar que a luz se desligue se já estiver ligada quando se entra nesse quarto e instalar o dispositivo em todas as divisões da casa do Simão. O dinheiro do prémio vai ajudar.
fonte: Expresso
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