Há dez anos atrás, estava a almoçar quando me telefonam a dizer que tinha havido um “acidente terrível em Nova Iorque, um avião chocou contra um arranha-céus”. Nunca acreditei na hipótese de acidente, e muito menos quando, 20 e poucos minutos depois, o segundo avião choca contra a torre ainda incólume do World Trade Center.
Naquele momento, na minha cabeça, surgiu uma frase. “Nada mais será o mesmo”. Tive dúvidas, receios, senti pena, quis apoiar. Aquele tipo de sentimentos que toda a gente com um pingo de coração sentiu no onze de Setembro de 2001. Nesse dia, estabeleci uma meta para mim mesma. Que havia de mudar o rumo da minha carreira, até aí apostada em ser ligada à medicina veterinária, para me direccionar para o jornalismo.
Tinha perfeita noção que o mundo iria mudar a partir do 9/11. Quis fazer parte dessa mudança, ou pelo menos levá-la até às pessoas. Informar, formar, explicar.
E tornei-me jornalista. O mundo mudou. Escrevi sobre as missões internacionais no Iraque e Afeganistão, sobre Guantánamo Bay, sobre o escândalo do número de civis iraquianos e afegãos mortos desvendado pela Wikileaks. Escrevi sobre a Primavera Árabe, sobre Obama, sobre a queda de regimes com décadas de existência.
O mundo mudou. E se no 9/11 todos estivemos lá, daí em diante estive eu.
Sara Pereira, jornalista.
sara.belem@hotmail.com
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(Texto Exclusivo)
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