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terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Countdown – Os discos do ano (Parte 2)


O DJ Puto P inaugura uma nova e temporária rubrica  A “Countdown” vai dedicar-se, dia sim, dia não, a analisar tudo o que foi feito, desfeito, acontecido e por acontecer em 2012, até ao último segundo do último dia do ano. O conceito é simples: metade sai no dia sim, a outra metade no dia não. Assim, há lista fresquinha todos os dias, sem desgaste!


Sublinhe-se que toda e qualquer escolha é da responsabilidade dos autores e que podem não reflectir a opinião dos leitores. Críticas são aceites na caixa de comentários. Também sabemos – e esperemos que vocês também – que dez “coisas” é pouco para condensar um ano tão intenso como este que caminha para o seu final. Mas é uma tentativa – e é uma boa tentativa, digamos – de o espelhar; ah, e sem ordem definida!, o primeiro a ser revelado não quer dizer que seja o melhor, apenas um dos dez melhores.

Ontem começámos com os álbuns do ano, vamos continuar então :)

1. Alpha Noir/Omega White – Moonspell

O primeiro longa-duração duplo da banda vem quebrar um interregno de quatro anos depois do lançamento de Night Eternal. A expectativa era grande, depois do falhanço do álbum anterior, e surpreendeu: onde Alpha Noir é, todo ele, riffs de guitarra a pedir moshpits, Omega White é um retorno às raízes que inspiraram a banda, fazendo lembrar Sisters of Mercy e Type O Negative. E é por essa “segunda parte” do disco duplo que este álbum aqui figura, embora seja de louvar o tema “Em Nome do Medo”, uma das poucas vezes onde podemos ouvir Fernando Ribeiro gritar em português.
A ouvir: “Em Nome do Medo

2. Wheels Turn Beneath my Feet – Fink

Vou ser sincera, não era para fazer constar álbuns ao vivo (tal como não ia escrever sobre compilações) nesta lista. A razão por que Fink aqui figura é simples: Porque Fink foi das melhores coisinhas que me foram dadas a ouvir em 2012. Calhou, por coincidência, ter lançado um álbum este ano, com 13 músicas gravadas em vários concertos – o que faz deste um “vivo” muito zen, sem a pressão do “one take” que os “vivos” têm. Não há muito mais a dizer, ou há tanto que não caberia nesta rubrica. Meia luz, um bom vinho e oiçam. E não digam que nunca vos dou nada.
A ouvir: “Blueberry Pancakes” 

3. Allelujah! Don’t Bend! Ascend! - Godspeed You! Black Emperor

O regresso dos GY!BE fica marcado por uma obra-prima dentro do post-rock. O álbum conta com duas faixas – as mais longas do álbum, com cerca de 20 minutos cada – que são tocadas em palco já desde 2003, apenas com nomes diferentes. Profundo e com instrumentais capazes de levar o mais optimista a cortar os pulsos, se tivesse de resumir este Allelujah! Don’t Bend! Ascend numa só frase seria “a banda sonora perfeita para o fim do mundo”.
A ouvir: “Mladic” 

4. Babel  – Mumford and Sons

Se não suportam aquela tribo urbana de calças mais justas que a própria pele, óculos de massa e Mac Airbooks que se encontram por vezes – vá, muitas vezes – nas cafetarias da rede Starbucks, passem à frente para o número 5 da lista. O segundo álbum de estúdio da banda indie folk britânica tornou-se o álbum mais rapidamente vendido no Reino Unido, com 159 mil cópias vendidas na primeira semana, e nos EUA em 2012 com 600 mil no mesmo espaço de tempo. A fórmula do primeiro disco, Sigh No More, é repetida: em equipa que ganha não se mexe, e os Mumford and Sons ganharam.
A ouvir: “I Will Wait” 

5. Valtari - Sigur Rós

Mais electrónico que os anteriores, Valtari continua a fazer entrar rabanadas de ar fresco islandês pela casa dentro assim que se carrega no play. Além disso, a banda de Jónsi não se ficou pelo simples álbum de música: deram a ouvir Valtari a vários cineastas, que criaram eles mesmo os 16 vídeos do álbum, lançados entre Maio e Dezembro. Apesar de ligados à electricidade, a viagem astral que a voz límpida por cima dos violinos e do piano nos impele a fazer continua a existir, como no tempo de Ágætis Byrjun.
A ouvir: “Ekki Múkk” 

Sara Pereira
Jornalista Freelancer