Mais de 20% dos habitantes de Roma faltou ao trabalho ou à escola, esta quarta-feira, por receio, ou a pretexto, da alegada profecia de que a cidade seria destruída por um sismo a 11 de Maio.
Por outro lado, segundo diferentes organizações, os hotéis e unidades de turismo rural dos arredores da capital italiana estão com ocupação completa.
"Vinte por cento dos romanos não foram hoje ao trabalho, parece que vai haver um sismo. Em contrapartida, os hotéis e unidades de turismo rural tiveram um 'boom' nas reservas", disse, ironicamente, o secretário da Associação de Defesa dos Consumidores, Primo Mastrantoni.
A circulação nas ruas de Roma era hoje invulgarmente fluida e o número de alunos à porta das escolas mais reduzido que o habitual.
Habitualmente supersticiosos, os comerciantes chineses de Roma encerraram quase todas as lojas do bairro Esquilino, colocando avisos de "doença", "dia de descanso" ou "inventário".
Referindo que o rumor sobre a profecia começou por circular "de boca em boca", Primo Mastrantoni lamentou que "parte dos romanos tenha acreditado" apesar das declarações feitas pela Protecção Civil, Câmara Municipal e Instituto de Geofísica e Vulcanologia italianos.
O dirigente criticou ainda o papel dos meios de comunicação, "que publicam diariamente horóscopos, incluindo a RAI (televisão pública) que difunde previsões astrológicas, pagas com o dinheiro dos impostos".
O Instituto de Geofísica e Vulcanologia italiano registou 25 sismos de fraca intensidade desde o princípio do dia, na sua maioria na zona do vulcão Etna, e nenhum na zona de Lácio, a região de Roma.
A dita profecia seria da autoria de um sismólogo autodidata, Raffaele Bendandi, que elaborou uma teoria sísmica própria. "Especialistas" que a estudaram disseram que previa um sismo devastador a 11 de Maio de 2011, apesar de a Fundação Bendandi, criada após a sua morte em 1979, ter afirmado que nos escritos do autor "não há qualquer referência a um sismo em Roma a 11 de Maio de 2011".
Fonte: Jornal de Notícias
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