Apoiantes do fundador do ''site'' Wikileaks, Julian Assange, detido desde terça-feira em Londres, concentraram-se hoje em várias cidades europeias, incluindo Lisboa, e sul-americanas.
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A iniciativa foi convocada por uma plataforma de internautas denominada "Free Wikileaks", que apelou à participação de várias cidades no mundo.
Dezenas de pessoas juntaram-se hoje no Chiado, em Lisboa, para condenar as pressões que estão a ser exercidas contra o Wikileaks e manifestar o seu apoio ao fundador do portal, que as "grandes potências estão tentar calar".
A concentração de apoio ao Wikileaks – que há cerca de duas semanas começou a publicar milhares de documentos confidenciais da diplomacia norte-americana, causando furor em todo o mundo – foi convocado nas redes sociais por várias organizações, no âmbito de um movimento internacional de apoio ao portal.
Jovens, sobretudo, mas também famílias inteiras e reformados juntaram-se nas ruas lotadas do Chiado, empunhando cartazes à favor da liberdade de expressão na Internet e fotografias do fundador do «site», Julian Assange, que se encontra detido em Londres, onde aguarda o seu processo de extradição para a Suécia por supostos crimes sexuais.
O gestor Miguel Duarte, de 34 anos, condenou as pressões exercidas contra o WikiLeaks e o seu fundador, atitudes que "representam uma clara afronta à liberdade de informação".
"É extremamente irónico que tenhamos os Estados Unidos a defender a liberdade de expressão e a criticar a China ou a Rússia, para depois fazerem exatamente o mesmo quando já não lhes é confortável", criticou em declarações à Lusa.
Com uma bandeira norte-americana a tapar-lhe a boca, Miguel Duarte denunciou o facto de as grandes potências, como os EUA, mas também várias empresas, estarem a tentar impedir a divulgação de informação importante, que permite aos cidadãos "fiscalizarem melhor o que acontece no mundo da política".
"Pela primeira vez temos um portal em que muita informação é disponibilizada sem qualquer controlo. Isto permite aos cidadãos fiscalizarem eles próprios muita coisa que já há muito tempo devia ser do domínio público", frisou.
Hugo Campos, 31, analista de segurança informática, concordou e acrescentou: "É um despertar para uma realidade que tem sido ofuscada por mentiras e que graças a estas revelações – e particularmente à reação dos envolvidos – nos permite entender um pouco a dimensão do problema que temos".
Ambos concordaram que a "prisão conveniente" de Julian Assange "levanta muitas dúvidas".
"Obviamente não sei o que é que se passou com as senhoras suecas, mas é conveniente demais [...] Acho que se pode falar de uma perseguição política: está a tentar-se matar o mensageiro para assustar os próximos", salientou Hugo Campos.
Em Madrid, mais de 100 pessoas concentraram-se em frente à Embaixada do Reino Unido na capital espanhola para manifestar o seu apoio ao fundador do Wikileaks e condenar as pressões para o encerramento do portal.
Fonte: ionline
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