O fundador da WikiLeaks, Julian Assange, foi aceite como refugiado político no Equador, confirmou hoje o ministro equatoriano dos Negócios Estrangeiros, Ricardo Patiño. O australiano, acusado de agressões sexuais na Suécia e investigado por espionagem pelos Estados Unidos, estava em prisão domiciliária no Reino Unido. O diplomata alega que “há sérios indícios de retaliação por parte de um país ou países que se sentem afectados pela divulgação de informação confidencial que pode por em causa a integridade de Julian Assange ou a sua vida". Lembre-se que o website de Assange publicou, a 28 de Novembro de 2010, milhares de telegramas confidenciais na sua página, num caso que ficou conhecido como “Cablegate” numa alusão ao escândalo político que derrubou Richard Nixon.
Apesar de lhe ter sido concedido asilo político e direitos diplomáticos, Assange pode ser detido à saída da embaixada do Equador, onde se refugiou a 19 de Junho, enquanto aguardava a decisão equatoriana. O Reino Unido tem a possibilidade de retirar o estatuto de embaixada ao local para, posteriormente, o invadir, evitando a saída do “hacktivista” do país. As relações entre Londres e Quito têm-se vindo a adensar.
Julian Assange foi acusado de violação e abuso sexual a 30 de Novembro de 2010, dois dias depois da divulgação dos documentos diplomáticos, e colocado na lista de procurados pela Interpol. A 7 de Dezembro, acabaria por se entregar à polícia britânica, negando a veracidade das acusações. Em Maio deste ano, o supremo tribunal decidiu sobre a extradição de Assange para a Suécia, onde seria julgado. Porém, o australiano teme uma possível extradição da Suécia para os EUA, onde seria julgado por espionagem.
(em actualização)