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sexta-feira, 11 de março de 2011

Tsunami no Japão: 288 mortos e 349 feridos - vídeo


Um tsunami de ondas de dez metros atingiu o nordeste do Japão depois de um sismo de 8,9 na escala de Richter, de acordo com a agência meteorológica daquele país.
Este foi o mais forte sismo no Japão nos últimos 140 anos e o sexto mais forte do mundo desde que há registos. Para já estão contabilizados 288 mortos,349 desaparecidos e pelo menos 240 feridos, de acordo com as autoridades, mas os números devem aumentar nas próximas horas.
O Governo japonês declarou estado de emergência nuclear após ter sido detectado um problema com o sistema de arrefecimento numa central, embora garanta que não existem fugas de radioactividade. A actividade da central foi suspensa.
 Entretanto, foram encontrados entre 200 e 300 corpos numa praia de Sendai, em Miyagi (nordeste do país). Os números foram avançados pela agência japonesa Jiji.
 A embaixada portuguesa em Tóquio está a tentar contactar os portugueses residentes naquele país mas está com dificuldades porque a maioria das comunicações foi afectada. Existem cerca de 470 portugueses a residir no Japão, mas o embaixador adianta que maioria trabalha em zonas "potencialmente seguras" e, por isso, "os edifícios deverão ter aguentado o impacto.
O sismo teve o seu epicentro a 400 quilómetros de Tóquio e ocorreu às 14h46 (05h46 na hora portuguesa). O abalo  - que chegou mesmo a ser sentido em Pequim - foi seguido de pelo menos 19 réplicas, algumas de grande intensidade: uma atingiu os 6,8 da escala de Richter.
Após o sismo, foi de imediato lançado um alerta de tsunami. O alerta já se estendeu a pelo menos 20 países. Indonésia, Taiwan, Hawai, Austrália, Ilhas Marianas, Alasca e Canadá são algumas das zonas de sobreaviso. Nas Filipinas e no Hawai, as autoridades já ordenaram a evacuação das zonas costeiras devido ao alerta. O alerta estende-se também a todos os países da América Central e do Sul, sendo que na costa do Chile já houve ordem de evacuação. As autoridades temem que um tsunami possa atingir esta zona ao cair da noite.
Após o sismo, vagas de 10 metros atingiram a costa de Sendai, no nordeste do país. As imagens mostram uma onda a varrer edifícios, carros e barcos.
O primeiro-ministro Naoto Kan lamentou a catástrofe e ofereceu as suas condolências às famílias das vítimas. Naoto Kan adiantou ainda que irá ser construido um quartel-general para as operações de emergência e assegurou que não foi detectada nenhuma fuga nas centrais nucleares do país.
O Instituto de Meteorologia reforçou o pedido de evacuação das zonas costeiras, pois serão sentidas novas réplicas e há perigo de um outro tsunami ainda mais destruidor.
  A agência noticiosa nipónica Kyodo adianta que os transportes aéreos e ferroviários estão parados. O parque da Disneylândia, na região de Tóquio, ficou inundado, e um edifício onde 600 estudantes participavam numa cerimónia de entrega de diplomas desmoronou, avança a AFP. Deflagaram vários incêndios: um deles numa refinaria da cidade de Ichihara. As Nações Unidas já enviaram para o local 30 equipas de socorro.
 Um comboio de passageiros foi dado como desaparecido, após ter sido arrastado pelo tsunami que atingiu o país, segundo as autoridades nipónicas. O comboio, da companhia East Japan Railway Co., encontrava-se próximo da estação de Nobiru e fazia a ligação entre Sendai e Ishinokami quando se deu o sismo e consequente onda de mais de 10 metros.
 A Google disponibilizou entretanto, horas depois do sismo ter atingido o país, uma página especial para ajudar a obter informações sobre as vítimas, já que o número aumenta a cada minuto. O site chama-se Person Finder: 2011 Japan Earthquake e permite fazer buscas sobre uma determinada pessoa ou criar um cadastro de informações sobre alguém que possa estar desaparecido. A página está disponível em japonês e em inglês.
 O Presidente da República portuguesa já enviou uma mensagem de condolências ao Imperador Akihito. Pelas 15h, hora portuguesa, Cavaco Silva enviou uma mensagem, publicada no site da presidência, onde diz: "Ao tomar conhecimento dos trágicos efeitos do violento terramoto e tsunami que atingiram o Japão, quero transmitir a vossa Majestade e ao povo japonês, em nome do povo português e no meu próprio, os sentimentos do nosso profundo pesar e a expressão da nossa muito sentida solidariedade",
 Testemunhos 
Um técnico português residente em Tóquio há mais de dez anos disse que o sismo de hoje foi "o mais forte" que sentiu na capital nipónica, mas realçou que "não há pânico".
"Há água e luz nas casas. Os automóveis nas ruas continuam a circular", disse o técnico ao telefone com a agência Lusa em Pequim, cerca das 17:30 locais (08:30 em Lisboa).
Um cidadão espanhol que vive em Tóquio descreveu os momentos do sismo que atingiu hoje o Japão, explicando à Agência Lusa que foi um abalo "muito forte" que fez cair tudo ao chão em casa. "Uma coisa é estar habituado a alguns tremores e outra coisa foi isto. Foi um abalo muito forte. Parecia até irreal. Aqui em casa caiu tudo ao chão, o edifício abanou muitíssimo e até a água da sanita saiu para fora", disse Rodrigo Fernandez, entrevistado pela Lusa através do Skype.
"Foi tão forte que não te podias manter de pé. Abriu-se o frigorífico e caiu tudo o que tínhamos lá dentro", contou.
 A viver em Osaka, Japão, há apenas oito meses, a portuguesa Ana Crisóstomo já tinha sentido outros sismos, mas nenhum como o que atingiu hoje a costa nordeste do país, que afirma ter sido "demasiado longo".
No entanto, quando a terra começou a tremer, a portuguesa não se apercebeu de imediato do que se estava a passar.
"Inicialmente pensei que estava a sentir-me mal. Foi muito estranho. Todos tivemos a sensação inicial de uma certa náusea, uma sensação de desequilíbrio", relatou à Lusa a portuguesa que estava a trabalhar no 15.º andar de um edifício quando ocorreu o sismo.
"Só depois quando nos apercebemos que estávamos todos a ter a mesma reação é que começámos a reparar no que estava ao nosso redor. Os estores começaram a tremer e alguns dos livros que estavam na estante caíram", afirmou.
Sem ter noção do tempo que durou o sismo, Ana Crisóstomo disse apenas ter sido "demasiado longo".
Curiosamente, a portuguesa de 30 anos reparou que os funcionários japoneses "ignoraram aquilo que se estava a passar."
"Só os estrangeiros, e ainda somos alguns, é que estavam a ter reações. E só quando foi feito o aviso oficial para sairmos é que tomaram alguma atitude, mas sempre muito calmos. Enquanto nós falávamos alto e parecíamos algo muito emotivos, o staff japonês parecia sem reação", afirmou.
Para Ana Crisóstomo, um dos fenómenos mais estranhos é os edifícios japoneses continuarem a tremer, mesmo depois de o sismo parar, e o barulho que fazem.
"Devido à construção dos edifícios, mesmo que o sismo já tenha parado, o edifício continua a cambalear, a mexer. E esteve cerca de cinco minutos a tremer. Não sei se foi só do sismo ou das duas réplicas", que se sentiram depois, disse.
Após essas réplicas, em Osaka, cidade a cerca de 500 quilómetros de Tóquio, a terra não voltou a tremer, apesar de terem ocorrido pelo menos 19 na costa nordeste do Japão.
As infraestruturas navais dos EUA no Japão não foram afectadas pelo incidente. "Para já", escreveu a Marinha norte-americana na sua página oficial de Twitter, "não há registo de danos nas instalações nem nos navios da Marinha dos EUA no Japão".


Fonte: ionline


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