O antigo Presidente egípcio Hosni Mubarak foi declarado clinicamente morto, depois de ter sido transferido para um hospital militar nos arredores do Cairo, segundo a agência noticiosa estatal MENA, que cita um relatório hospitalar. No entanto, há informações contraditórias sobre o real estado clínico de Mubarak.
A agência Reuters e a Associated Press citam duas fontes de segurança que afirmam que o antigo presidente egípcio está inconsciente e ligado a um ventilador. Por seu lado, a AFP cita uma fonte médica segundo a qual Mubarak "está em coma" e foi ligado a um ventilador.
Mubarak, com 84 anos, foi condenado a prisão perpétua pela repressão das manifestações contra o seu regime, no ano passado, em que morreram mais de 800 pessoas.
A declaração segundo a qual o antigo presidente está "clinicamente morto" ocorreu no dia em que milhares de pessoas voltaram à Praça Tahrir no Cairo para protestar contra a junta militar. O seu estado de saúde deteriorou-se ao final do dia, tendo sofrido um ataque cardíaco e posteriormente um acidente vascular cerebral, segundo a agência noticiosa MENA.
Mubarak passou os últimos meses detido numa prisão em Tora, no Sul do Cairo. Foi acusado por não ter impedido a repressão e a morte de mais de 800 pessoas durante os protestos que levaram à queda do seu regime, em Fevereiro do ano passado, e posteriormente condenado a prisão perpétua.
O seu estado de saúde deteriorou-se nos últimos meses, o que o levou a comparecer em tribunal deitado numa maca. A 11 de Junho já tinha sofrido duas paragens cardíacas.
Pouco antes de ser declarado morto, a agência MENA tinha noticiado que o seu estado de saúde era bastante grave. “O coração do antigo Presidente Hosni Mubarak parou e foi necessário recorreu a um desfibrilhador. O seu estado de saúde é grave”. Mais tarde, a mesma agência, citada pela AFP, adiantou, a partir de uma fonte médica, que o coração de Mubarak deixou de bater e que os médicos recorreram a um desfibrilhador mais do que uma vez mas não conseguiram reanimá-lo.
O antigo Presidente egípcio sofreu vários problemas de saúde desde que foi detido, incluindo dificuldades respiratórias e hipertensão.
Mubarak chegou ao poder no Egipto em 1981, após o assassínio por islamistas do antigo Presidente Anouar al-Sadat, e manteve-se mais de 30 anos no poder, até Fevereiro do ano passado.
Fonte: Público