Cartaz em Moscovo, comemorativo dos 50 anos do voo de Iuri Gagarin
De música no Metro de Moscovo à emissão em directo das celebrações a bordo da Estação Espacial Internacional, onde neste momento está uma tripulação de seis astronautas, incluindo três russos, a Rússia está hoje em festa para comemorar a efeméride da primeira viagem da humanidade ao espaço, no voo de Gagarin. O Presidente, Dmitri Medvedev frisou que o espaço continua, passados 50 anos, a ser uma prioridade para o país.
“Nestes 50 anos não imaginamos a vida sem o espaço, sem as vossas missões”, disse Medvedev aos astronautas a partir do centro de comando de operações Sergei Korolev, que ganhou o nome do construtor dos primeiros foguetões russos e responsável da missão espacial soviética no seu início. “Foi um triunfo imenso para o nosso país, algo que muita gente reconhece ainda hoje cá dentro e no estrangeiro”, disse Medvedev mais tarde, numa cerimónia no Kremlin.
Também no Kremlin Alexei Leonov, de 76 anos, o astronauta que fez o primeiro passeio no espaço, afirmou que o voo de Gagarin convidou a humanidade para o espaço. A partir daí foram mais de 500 os astronautas que aceitaram esse convite.
A televisão russa emite hoje várias imagens de arquivo da época e nos jornais também se multiplicam as imagens da época. E ao fim do dia espera-se um grande fogo de artifício com 50 salvas que iluminarão o céu da capital russa.
Há meio século, Iuri Gagarin chegou ao espaço ligado ao planeta por um frágil “cordão umbilical” entrelaçado pela ciência e a tecnologia.
Foi um passeio de 108 minutos que iniciou a caminhada da humanidade fora do seu planeta. Os anos seguintes iriam ser definidos por este momento. A viagem de Gagarin levou à missão Apolo, dos Estados Unidos, e ao mais famoso "pequeno passo" de Armstrong, na superfície lunar, em 1969.
Depois da missão da Vostok 1, mais de 500 astronautas de vários países repetiram a experiência de Iuri Alekseievich Gagarin e atravessaram a atmosfera terrestre para orbitar o planeta, ir até à Lua, fazerem a manutenção do telescópio Hubble ou visitarem a lendária estação soviética MIR ou a mais recente Estação Espacial Internacional (ISS, sigla em ingês). Em cada viagem há risco - às vezes tragédias -, excitação e um contínuo compromisso com o futuro, a porta que o cosmonauta russo deixou aberta quando há meio século aterrou de pára-quedas, de regresso, e se transformou no primeiro homem do espaço.
Gagarin é, segundo uma sondagem, a personalidade mais emblemática russa do século XX. Sobre ele o primeiro-ministro Putin, de visita a astronautas na Ucrânia, disse: “Gagarin foi um homem que mudou o mundo”. E a Casa Branca não quis deixar de felicitar a Rússia pela efeméride, vista na década de 60, em plena Guerra Fria, como um grande revés para o programa espacial norte-americano. Apesar das conquistas dos Eua em matéria espacial desde então, com o fim do vaivém, marcado para este ano, a conquista espacial mundial, e a tripulação da ISS ficará de novo dependente da Rússia para os voos tripulados. Pelo menos até ao desenvolvimento de um novo veículo norte-americano, já planeado mas atrasado.
Eventos em todo o mundo
No mundo todo estão marcados mais de 500 eventos em 72 países para comemorar os 50 anos do voo de Gagarin, no âmbito do programa “Yuri’s night”, que pode ser consultado em http://yurisnight.net/ .
A efeméride será lembrada em Portugal com iniciativas evocativas do momento como filmes, exposições e observações astronómicas.
Em Lisboa, o Instituto Superior Técnico (IST), em parceria com a Rádio Zero, associa-se à “Yuri’s Night” com uma exposição patente no hall da universidade que inclui imagens de Marte e a exibição em permanência de vários filmes sobre o espaço, decorre no auditório do Complexo Interdisciplinar um seminário sobre a contribuição portuguesa para o Espaço.
À noite decorre um concerto com temas espaciais e será transmitida a estreia mundial do filme “First Orbit”, reconstituindo o voo de Iuri Gagarin, realizado com imagens obtidas a bordo da Estação Espacial Internacional.
O mesmo filme, realizado por Chris Riley, será exibido às 20h00 pelo Núcleo Interactivo de Astronomia (NUCLIO), em Pampilhosa da Serra, numa iniciativa que conta com a parceria daquela autarquia e da Agência Espacial Europeia (ESA). O NUCLIO promove ainda observações com telescópios do Sol (à tarde), no espaço JIRA, e do céu nocturno (à noite), na Praça do Regionalismo. Os participantes, que têm entrada livre em todas as actividades, vão ainda acompanhar em directo a transmissão de sinais a partir do satélite ARISSat que se encontra a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS).
fonte: Público
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